sexta-feira, 31 de julho de 2009

Arles 2009


Os Encontros de Fotografia de Arles aí estão. www.rencontres-arles.com/A09/C.aspx?VP3=CMS&ID=A09P597
Ano após ano, desde há 40 anos, mantendo a mesma intenção de mostrar fotografia. Durante dois meses e meio, os Encontros terminam a 13 de Setembro, esta pequena cidade do sul de França, transforma-se numa montra onde se cruzam novos olhares com valores confirmados, num conjunto de 66 exposições de autores oriundos da Europa, América, Ásia e África. Este ano a convidada especial é Nan Goldin, que a dado passo do site dos Encontros afirma que a fotografia que lhe interessa “ (...) não é histórica, nem pedante, nem de um género em particular, mas simplesmente aquela que revela uma forma de beleza (...)”, uma confissão fantástica para todos os que gostam de fotografia.

Outros olhares conceituados estão presentes, como Willy Ronis, Jean-Claude Lemagny, Duane Michals, Martin Parr, Joan Fontecuberta, Giorgia Fiorio ou Eugene Richards. Presente está também Paulo Nozolino, no Atelier des Forges, com Bone Lonely e Far Cry, confirmando uma vez mais além fronteiras o reconhecimento do seu trabalho. Destaque para a secção de Jovens Talentos e também para Rimaldas Viksaitis, fotógrafo lituano, deficiente motor e Prémio Descoberta 2009, que retrata o quotidiano de pessoas que convivem com a pobreza, o alcool e a violência. O programa inclui ainda diversos workshops e colóquios, mantendo assim a sua tradição formativa e de troca de experiências.

Mas os Encontros não são só as exposições ou os workshops. Durante o verão, em Arles, são muitas as exposições paralelas ao evento, onde muitos pequenos comerciantes têm gosto em expôr fotografias nas paredes ou nas montras das suas lojas. É uma pena que por cá ninguém aposte nesta opção, que poderia até ser interessante em termos turísticos. Os Encontros de Arles inspiraram os Encontros de Fotografia de Coimbra, o melhor evento regularmente organizado, os Encontros da Imagem, em Braga, que continuam a lutar contra ventos e marés, ou os defundos Bienal de Cascais, FotoPorto, Mês da Fotografia ou LisboaPhoto, em Lisboa, estes três últimos com um figurino ainda que diferente de Arles. E Arles, que podia ter sido uma boa lição.

1 comentário:

  1. Que saudades dos Encontros de Coimbra. Em 1980 foram a grande janela da nossa fotografia, mostrando cá o que se fazia lá fora. Coisa nunca vista, já que por cá apenas se viam as imagens dos Salões de fotografia. Foram os Encontros e o inconformismo de uma Galeria em Lisboa, a Ether, que permitiram que a fotografia portuguesa abrisse portas para muita gente jovem começar as suas carreiras.

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