segunda-feira, 20 de junho de 2011

Luísa Costa Dias

noticiário

Faleceu ontem Luísa Costa Dias. Em primeiro lugar uma amiga, depois uma fotógrafa e, como alguém escreveu na imprensa, a alma e o motor do Arquivo Municipal de Lisboa.

Apaixonada pela fotografia e ela própria fotógrafa, dirigia o Arquivo desde 1992. Sob a sua direção o Arquivo Fotográfico, assim se chamava antes da atual designação de Arquivo Municipal, constituiu-se como uma referência no campo da fotografia. Nos anos 90, para além de ser um dos locais mais prestigiados do país para qualquer fotógrafo ali realizar uma exposição, as suas inaugurações e exposições eram sempre um acontecimento com centenas de pessoas.

Para além disso e nos últimos anos, Luísa Costa Dias colocou o seu saber ao serviço de muitos fotógrafos e da realização de diversas exposições que comissariou ou apoiou tecnicamente. Coleção Ferreira da Cunha (2003), Oui, Non de Gérard Castello Lopes (2004), Lisboa à Beira Tejo (2010), Alfredo Cunha Fotografias (2010) e Da Avenida D. Amélia à Avenida Almirante Reis (2011), para além de ter sido uma das principais mentoras da LisboaPhoto (2003 e 2005) e de o seu nome estar ligado à preservação e apresentação pública do rico espólio fotográfico do Arquivo Municipal de Lisboa. Colaborou também na edição de diversas livros de fotografia e em favor da divulgação do trabalho de inúmeros fotógrafos em contraponto à discrição da sua atividade fotográfica. José Manuel Rodrigues, em entrevista ao Público, afirma que “a Luísa deixou de olhar por si para olhar pelos outros”, sendo as suas fotografias “íntimas e transparentes como ela gostava de ser”. Eurico Lino do Vale, afirma no Público on-line que "a Luísa era daquelas pessoas que só não fazia mais pela fotografia e pelos fotógrafos se não podia…”. Nestas palavras resume-se uma vida de paixão pela fotografia e quem muitos fotógrafos tudo devem.

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