quarta-feira, 28 de abril de 2010

Borderline

Na Galeria Salgadeiras, situada em Lisboa, na rua com o mesmo nome, número 24, está patente Borderline de Cláudio Garrudo. É um espaço pequeno mas que, por isso mesmo, deixa transparecer a ambiência do Bairro Alto.

Cláudio Garrudo, que iniciou o seu percurso fotográfico em 2009, apresenta-nos nesta sua exposição a ideia de fronteira, de limite (Borderline) que surge como conceito e factor unificador de toda a mostra e que é bem visível para quem visita a exposição. Com uma impressão laboratorial que não é exemplar, o autor consegue imagens de grande efeito plástico e muito interessantes sob o ponto de vista de trabalho de galeria, para além de mostrar que o trabalho apresentado é fruto de uma reflexão artística e não do acaso ou da soma avulsa de imagens, ainda que algumas delas, individualmente, se diminuam perante o conjunto. Talvez não optássemos por aquela sequência de montagem, nem por aquele tipo de apresentação. Exemplo disso é a imagem 10, exposta no primeiro andar que, juntamente com a 8 mostram um olhar moderno muito interessante, mas que ganharia noutra escala, ou da fotografia 3, no rés-do-chão, que embora se compreenda face ao conceito, é uma imagem mais espectacular que sentida, usando o recurso fácil ao arrastamento, o que a banaliza, para além de ficar técnicamente desenquadrada do resto do trabalho. Aliás, ficaria bem melhor separar as imagens de ambiente, incluindo os grandes planos, das imagens em que o autor intervém sobre elas de forma mais notória (ex. “riscadas” ou onde envolve o corpo em plástico).

Num espaço pequeno, onde não é fácil (nem se calhar faz sentido) expôr imagens de grande dimensão, o que pode ser uma chamada de atenção para muitos fotógrafos que não pensam nisso, a iluminação revela-se adequada às imagens presentes. Juntemos ainda mais um ponto positivo, a atenção para com os visitantes.

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