quarta-feira, 3 de agosto de 2011

New World Parkville


exposições crítica

Até 18 de setembro Margarida Correia apresenta New World Parkville no Museu da Eletricidade. É uma instalação onde a emigração é abordada através da memória, dos símbolos e dos ícones, na relação de cada emigrante com o país de origem, dali ressaltanto uma exposição sentimental, emotiva e bem concebida.

Na sua componente fotográfica é interessante o jogo de imagens entre o retrato de uma atividade ou personagem, por exemplo integrando um grupo folclórico, e a realidade diária dessas mesmas pessoas, despidas dos trajes tradicionais, despojadas de momentos culturalmente mais próximos dea sua pátria. Por isso, esta exposição é um retrato que uma época de emigração, de uma geração que partiu e que marcou e marca ainda hoje, o nosso imaginário.

A exposição está muito bem concebida, pelos recursos visuais que reúne, pela forma como articula as várias linguagens presentes e até pela forma como apresenta a sua componente fotográfica. Interessante é também a articulação entre a imagem fotográfica e os outros recursos (também fotográficos) presentes, onde pode ser vista alguma irreverência formal. Destaque para a forma pensada com que as imagens são apresentadas, com os enquadramentos ao alto ou ao baixo com uma lógica adaptada ao assunto. Talvez menos conseguida é a execução técnica de alguns retratos, mas que se perdoa, já que só se vislumbra quando nos aproximamos das imagens ao ponto de não respeitarmos a distância correta para a sua visualização. Destaque ainda cuidado informativo das legendas e ficha técnica e para a excelente iluminação, adequada à impressão laboratorial das imagens e ao espaço.

É, pois, uma agradável exposição, que nos limpa a visão de formalismos, contribuindo para nos abrir o espírito a novas formas de ver, de expor, de pensar a imagem. Mais, é uma exposição pensada, algo que tanta falta faz aos nosso meio fotográfico. Por tudo isso, vale a pena.

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