terça-feira, 30 de novembro de 2010

Bienal de Vila Franca de Xira II

O trabalho de André Garrido, um dos representantes da APAF na Bienal de Vila Franca de Xira, centra-se na figura do toureiro, só na arena, esperando o touro, em momentos de tensão que não pode mostrar a um público ávido de emoção. Ele é um homem só, que sabe que todos o rodeiam o aplaudirão em caso de sucesso, mas que pouco o ajudam se as coisas correrem mal. É a vida de um toureiro. Conta consigo, esperando os aplausos do público. André Garrido, tentou registar esses breves segundos de espera, tentou ignorar ao máximo o público e o ambiente que rodeia o toureiro e concentrou-se neste, dando-lhe escala, isolando-o, como se fizesse dele um retrato. Na realidade, este trabalho tem muito de retrato, ao mesmo tempo que procura um minimalismo informativo, que dá como resultado imagens aparentemente simples, mas que encerram em si pequenas notas informativas, como a do toureiro que desenha no chão da arena uma cruz, como um amuleto para os momentos que se seguem.

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